Neste sábado, 19 de novembro, é celebrado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Instituída pela Organização Nacional das Nações Unidas (ONU), a data é uma oportunidade para refletir e traçar estratégias que fomentem a participação das mulheres nos negócios. Mesmo com escolaridade avançada, a taxa de mulheres que empreendem ainda é menor que a dos homens, assim como a renda média obtida em seus empreendimentos.
De acordo com Edleide Alves, gerente adjunta de Relacionamento com o Cliente do Sebrae, alguns fatores estruturais da sociedade explicam esses números. “A múltipla jornada, na qual a mulher é mãe, esposa, dona de casa e profissional, o sexismo, as crenças limitantes: ‘não sou boa no que faço, não sou boa com números’, entre outros preconceitos afetam diretamente a motivação e a atuação das mulheres como empreendedoras”, indica Edleide.
Apesar disso, há avanços quanto ao empoderamento feminino através do empreendedorismo. Em 2018, de acordo com o estudo, o índice de mulheres que recebiam mais de 3 salários-mínimos era de 29%, no ano passado saltou para 46%, mesmo com o impacto gerado pela pandemia. “O empreendedorismo representa uma realização para a mulher em vários aspectos, mesmo com as dificuldades, que não são poucas, elas têm se mostrado motivadas a empreender e alcançar a independência financeira”, observa a gerente.
“Habilidades como planejamento, gestão de tempo, liderança, mediação de conflitos, busca constante por conhecimento, trabalho em rede e cooperação são genuínas em negócios criados por mulheres”, completa Edleide.
Sagacidade feminina
Carol Debus é uma dessas mulheres que venceram as adversidades “invisíveis”, optaram pelo empreendedorismo e experimentam sucesso na jornada. À frente da @Ki.monaria há dois anos, a empresária fundou a loja de roupas femininas confortáveis durante a pandemia, mesmo com as adversidades. “A múltipla jornada estava presente, sou mãe de um menino de 11 anos, esposa, estava passando por uma transição de carreira e montei o negócio dentro da minha casa”, relembra ela.
Leia também:
- As empresas poderiam manter os profissionais mais…
- O Brasil precisa adotar o "bootstrap" - entenda o que é
- Café com Comprador lança programa de aceleração de…
A Ki.monaria nasceu de forma artesanal, com Carol costurando roupas para usar em casa. A família, amigos e pessoas mais próximas viram as peças e fizeram as primeiras encomendas. Ela ainda dava aulas de moda em uma universidade e traçava planos para sair dessa área. “Quando as encomendas começaram a aumentar, me deu um estalo e eu pensei: é isso! Os quimonos são peças que abraçam, que trazem conforto e não podia ter momento mais oportuno do que a pandemia”, comenta.
Hoje a Ki.monaria já tem espaço em collab com lojas físicas em diversos estados, vende pelo site, Instagram e Whatsapp. No entanto, Carol recorda que o caminho não foi fácil e se considera uma “empreendedora em crescimento com sucesso”.
“Eu comecei com 39 anos, já com uma carreira consolidada como professora, não foi fácil. Tive que vencer muitas inseguranças. Uma das primeiras coisas que fiz, ainda em 2020, foi buscar o Sebrae. Participei do Sebrae Delas nos dois anos seguintes, fiz Empretec, consultorias, participei de palestras. Eu sabia muito de moda, mas não tinha conhecimento sobre marca, posicionamento, estratégias digitais”, relembra ela.
Eventos
A empresária é uma das finalistas do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios que terá a premiação revelada no próximo dia 23 de novembro. A iniciativa reconhece, dá luz e visibilidade para milhares de histórias de sucesso lideradas por mulheres. Desde a primeira edição em 2004, 80 mil empreendedoras já participaram. O Prêmio será transmitido online nas redes sociais do Sebrae.
Neste mês de novembro, ainda em comemoração ao Dia do Empreendedorismo Feminino, a Semana Global de Empreendedorismo acontece entre os dias 14 e 20 de novembro destacando a jornada das mulheres empreendedoras com o tema: A igualdade no empreendedorismo reduz a desigualdade. O evento reúne empreendedores e especialistas de 180 países com ampla programação que pode ser conferida aqui.
Empreendedorismo Feminino na SGE
O Empreendedorismo Feminino é um dos temas centrais da 15ª edição da Semana Global do Empreendedorismo (SGE), que é considerado o maior evento dedicado a quem empreende em mais de 180 países conectados ao redor do mundo. No Brasil, a SGE acontece entre 14 e 20 de novembro com expectativa de mobilizar todo o país com ampla programação durante o mês inteiro. Para participar, basta se cadastrar na página oficial da SGE.
Empreendedorismo Feminino X Pandemia
Estudo feito pelo Sebrae, a partir da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), mostram que, em 2021, a taxa de empreendedorismo entre mulheres é de 24,6%. Já a dos homens chega a 36,5%. Sendo que 65% dos empreendedores do sexo masculino ganham mais de 3 salários-mínimos com seus negócios e somente 46% das mulheres alcançam essa margem.
Um levantamento feito pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas desde o início da pandemia do coronavírus apontou que 52% das micro e pequenas empresas lideradas por mulheres paralisaram “de vez” ou temporariamente as atividades. No caos dos homens, o número foi de 47%.
Além disso, a proporção de empresas com dívidas em atraso também é maior entre elas: 34%, contra 31% deles.
Com informações da Agência Sebrae