A 14ª Pesquisa de Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que seis em cada dez empreendedores estão confiantes com o futuro da empresa. Entretanto, apesar de estar em menor percentual, o índice de 41% de aflitos, ou seja, preocupados, voltou a crescer desde o fim de 2021, quando era de 39%.
O levantamento, feito on-line entre 25 de abril e 2 de maio de 2022, colheu dados de 13.205 empreendedores em todos os 26 estados e no Distrito Federal. Entre os confiantes, incluem-se os donos de pequenos negócios que se consideram conformados (percebendo o lado positivo da crise), com 24%; 19% dos aliviados (esperançosos com o futuro) e 16% de animados (entusiasmados com o futuro).
O analista de Competitividade do Sebrae Nacional Alberto Vallim considera que os números apresentados representam um alerta. “É um sinal de que a maioria está com alguma perspectiva positiva, em situação melhor do que os tempos difíceis em 2020 e 2021, durante a pandemia. No entanto, é um sinal de alerta porque é um indicador que vinha melhorando ao longo dos últimos dois anos, mas voltou a ter uma piora agora nessa pesquisa”, comenta.
“Aflitômetro”
Para Vallim, esses segmentos são os que mais estão sofrendo com o aumento do custo de energia e combustíveis em geral – sendo um dos principais insumos para o setor de logística, um componente importante no fornecimento de estoque dos serviços de alimentação e a base de serviços de delivery. “O mais importante é fazer uma gestão eficiente dos custos, deixando claro para o cliente o impacto dos custos de transporte caso seja necessário reajustar preços”, recomenda Vallim.
Por outro lado, os donos de pequenos empreendimentos da indústria de base de tecnologia e do agronegócio, por exemplo, foram os que apresentaram os menores índices de aflição, com 21% e 30%, respectivamente. Na opinião do analista, ambos são segmentos em que o aumento de despesas está muito presente, mas a falta de clientes não é um fator tão expressivo. “São segmentos que provavelmente estão com muita demanda e, apesar do aumento dos custos, estão com perspectivas de continuarem tendo clientes, o que atenua a preocupação com o futuro”, considera.
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De maneira geral, ao contrário das pesquisas anteriores em que a pandemia da Covid-19 era considerada a grande preocupação dos empreendedores, desta vez, a 14% pesquisa de impacto revelou que o aumento dos custos e a falta de clientes foram considerados os aspectos que trazem mais dificuldades para os negócios neste momento.
“Os efeitos diretos da pandemia já não são a maior preocupação, mas os efeitos econômicos oriundos de outros fatores, como inflação, recessão em outros países do mundo, aumento da taxa de juros e impactos da oscilação em algumas cadeias globais de fornecimento”, observa Vallim.
Com informações do portal Administradores.com