“A vida inteira é de aprendizado, por isso as pessoas estão desistindo de se aposentar”, Mauro Wainstock

O detetive experiente que enfrenta a última missão antes de finalmente realizar o sonho de morar na praia, usar camisa floral e tomar marguerita é um personagem recorrente nos filmes de ação da Hollywood dos anos 80 e 90.

A expectativa de vida, naquela década, estava na faixa dos 60 anos. Quem chegava a isso, tinha a sensação de missão cumprida.

Hoje, com a expectativa de vida média de 76,6 anos – e não é incomum conhecer pessoas que chegam aos 90, 100 anos -, milhares pessoas que iam se aposentar acabam desistindo e passam a realizar a alguma atividade.

“As pessoas aposentam, fazem um sabático para descansar, é necessário. Depois, vêm nos procurar para conversar sobre possibilidades de retornar ao mercado de trabalho, ou abrir o próprio negócio. Há a necessidade de fazer algo concreto para entregar para a sociedade”, afirma Mauro Wainstock, fundador do Hub40+ .

“O sedentarismo leva a ficar doente. É um fato. Imagine se o Abílio Diniz parasse. Ele nunca parou de trabalhar e chegou no momento de se reinventar e decidiu que iria entrevistar pessoas”, exemplifica.

Wainstock é o nosso convidado do terceiro episódio da primeira temporada do videocast Empreendabilidade, que trata do tema Empreendedores 50+ a partir do relatório da consultoria Empreendabilidade.

Outro ponto que o especialista, que é um dos nomes mais ativos no debate sobre diversidade etária, é que a educação básica é importante para combater o etarismo – o preconceito da idade.

“Atitudes preconceituosas sempre existiram. A palavra-chave para isso é tratar a todos com respeito”, pontua Mauro.

Para ele, o mercado de trabalho precisa de mudanças. Há um preconceito silencioso, por exemplo, de que pessoas mais velhas não poderiam exercer cargos operacionais, mas a idade não está ligada à hierarquia. Mas, não existe relação entre competência e idade.

O preconceito etário ficou claro na pandemia, quando profissionais maduros foram os que mais perderam o emprego. “Os colaboradores com 50, 60 anos, que passaram por várias crises, mudanças de moedas e tantas outras experiências, o profissional talvez fosse o mais conceituado, mais preparado emocionalmente para enfrentar aquele desafio, foi demitido. O critério não deve ser esse. Se a pessoa não entrega, deve sair, mas não tem nada a ver com a idade.”

“Outra coisa, a diversidade etária e a integração das gerações trazem diversos benefícios para as empresas. É a primeira vez na história que temos quase 5 gerações trabalhando juntas”, diz.

Mauro classifica como “ageness” (sem idade, em inglês), as pessoas que independentemente da quantidade de aniversários se agrupam por terem interesses em comum. Há os mais velhos cronologicamente, mas com cabeça jovem. E há jovens com cabeças mais maduras.

“Temos que parar de colocar as coisas em caixinhas. Será que as pessoas que têm a mesma idade, que estão nos 40, por exemplo, têm os mesmos objetivos? Será que esse estereotipo existe mesmo e é assim que a sociedade deve funcionar? Por isso o combate à discriminação por idade deve ser parte da educação desde sempre”, conclui.

O relatório do Empreendabilidade, “Empreendedores 50+, o Futuro do Brasil”, indica que esses profissionais deveriam empreender, justamente

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