Muitos dos temas que são tratados no Empreendabilidade coincidem com a agenda de setores específicos da economia, e temos bastante apreço pela indústria.
Ao nosso ver, é ali onde tudo começa: um dado da CNI mostra que cada R$ 1 investido na indústria se transforma em R$ 2,43 na economia.
O movimento de micros empresas e do empreendedorismo individual é muito relevante para estimular o crescimento da economia e do país, mas, essa frente não concorre e não deve tomar lugar de Pequenos e Médios Negócios, principalmente nos setores de base.
Aí é onde fica evidente o maior problema para o empresariado brasileiro: a questão tributária. Segundo o Movimento Brasil Competitivo, as empresas perdem R$ 1,5 trilhão com o Custo Brasil. Sabemos, o custo é muito maior para os pequenos.
Ao mesmo tempo, o Brasil vem passando por um terrível processo de desindustrialização. Em 2006, a indústria representava 2,58% da produção mundial. Em 2021, esse número era de 1,28% (CNI).
Entre os fatores que contribuem para a redução de investimentos na indústria estão o sistema tributário complexo, oneroso e cumulativo, a infraestrutura deficiente, o financiamento escasso e caro, a baixa qualidade da educação, o ambiente macroeconômico instável e a insegurança jurídica.
Por outro lado, o setor industrial é quem puxa o crescimento dos demais setores, graças às cadeias produtivas longas e por ser o indutor de inovações da economia. Cerca de 38% do recolhimento de impostos federais, contribuições previdenciárias e ICMS vêm da indústria. Além disso, a indústria responde por 22,2% do Produto Interno Bruto (PIB) – na década de 1980 esse número era de 48% (CNI).
Estimular a produção e o empreendedorismo de base – que gera, de fato, recursos, negócios e empregos – tem efeitos perenes. Para tanto, é urgente a reforma tributária.
Para se ter ideia, a CNI apresentou aos presidenciáveis um Plano de Retomada da Indústria a fim de ampliar a competitividade e incentivar novos investimentos, entre outras medidas estruturantes. Dos 11 eixos prioritários, 6 diziam respeito a questões tributárias e garantias de um ambiente mais favorável aos negócios.
Da mesma forma que tudo começa na indústria, a força do Pequeno e Médio Negócio já é mais do que comprovada.
Para a economia crescer e sairmos da eterna promessa, resta ao país ajudar a ser ajudado.
Do restante, os empreendedores cuidam.
Uma menção especial à Votorantim, que desde 1918 atua para a industrialização do país.