Conheça ‘search funds’, tendência de empreendedorismo nos próximos anos

O desafio de empreender começa com a dúvida sobre qual setor investir. Construir um negócio do zero ou adquirir uma empresa que já está inserida no mercado? De acordo com um estudo recente da FGV, a segunda opção é uma forte tendência entre empreendedores em toda a América Latina.

‘Search funds’ é o nome pelo qual são conhecidos os empreendedores que preferem investir na aquisição de uma startup ou empresa de pequeno/médio porte já existente e que já conte com apoio de investidores ou aceleradores.

O chamado empreendedorismo por aquisição está se consolidando como tendência e devem crescer até 56% até 2026, de acordo com um estudo realizado pelo Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGVcenn) em parceria com a IE University e a Grant Thornton.

A modalidade, já consolidada nos EUA e Canadá, vem movimentando valores bastante expressivos: Entre 2020 e 2021, os investimentos em search funds na região atingiram um recorde de US$ 776 milhões e existe a estimativa de que esses fundos gerem quase US$ 10 bilhões para os investidores.

Segundo a pesquisa divulgada pelo FGVcenn, os search funds começaram a se formar na América Latina há cerca 20 anos e vem experimentando um crescimento mais expressivo desde 2016. O Brasil aparece em segundo com mais representantes na região: são 211 movimentos do gênero estabelecidos mundialmente (fora dos Estados Unidos e Canadá), sendo 82 na América Latina (39%). Dentre esses, são 37 no México, 24 no Brasil e outros 21 espalhados por Colômbia, Chile, República Dominicana, Argentina, Guatemala, Peru e Paraguai.

Desafios e oportunidades

A pesquisa aponta também que os principais responsáveis por frear o avanço do empreendedorismo por aquisição na América Latina são “burocracia”, “falta de acesso a capital local para aquisições” e “volatilidade da taxa de câmbio”.

Em contrapartida, “crescimento de mercado no longo prazo”, “espaço para aumento de produtividade” e “espaço para cópia de soluções de mercados desenvolvidos” foram as três principais oportunidades mais citadas.

Perfil maduro e Brasil em destaque

Até o final do ano passado, a maior parte (90%) dos empreendedores por aquisição e seus investidores na América Latina eram homens.

A idade média é dos empresários é 36 anos, e a dos investidores, 44. Juntos, mexicanos e brasileiros representam 75% do total de empreendedores, enquanto americanos, brasileiros e mexicanos são 65% dos investidores.

Veja outros insights sobre empreendedores e investidores latino-americanos citados no estudo:

  • 88% dos empreendedores por aquisição na América Latina tinham MBA ou mestrado;
  • 85% dos investidores tinham MBA, mestrado ou doutorado;
  • 74% dos empreendedores tinham experiência profissional em Private Equity (16%), Empreendedorismo (15%), Investment Banking ou Finanças (15%), Administração Geral (14%) ou Consultoria de Gestão (14%);
  • Entre os investidores, o Private Equity representou 23% do total de antecedentes profissionais da amostra, seguido por Investment Banking ou Finanças (15%) e Empreendedorismo (14%);
  • Para a amostra estudada, a média de idade dos empreendedores bem-sucedidos foi de 37 anos, enquanto para os malsucedidos foi de 35 anos.

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