Experiência x Desempenho: o que o esporte tem a nos ensinar sobre etarismo?

Atletas são exemplos de superação e quebram preconceitos de idade para alcançar feitos históricos

A sociedade está envelhecendo. Dia após dia, está cada vez mais se combatendo pensamentos como ‘tal pessoa está velha demais para isso’, ‘já passou o tempo de fazer algo assim’ e outros clichês relacionando o avanço da idade com a incapacidade de realizar algo extraordinário. Essa ideia, sim, esta velha. Um dos principais pilares de entretenimento da atualidade, o esporte tem sido um agente fundamental na quebra desses paradigmas.

Com o avanço da tecnologia, a longevidade e capacidade de alto rendimento evoluiu exponencialmente em inúmeras modalidades, o que tem permitido aos atletas realizarem campanhas memoráveis em momentos da carreira que, outros grandes nomes do passado já estavam em descenso de desempenho.

A lista de atletas veteranos que têm desafiado as estatísticas nos últimos anos é grande e engloba diferentes categorias, mostrando que não existe limite e nem rótulos capazes de frear a motivação e vontade de vencer.

Lendas intermináveis

O maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé ainda é o único jogador a conquistar três Copas do Mundo em campo e até hoje é o mais jovem a conseguir o troféu: foi campeão em 1958, com 17 anos e oito meses.

Porém, Pelé se aposentou do futebol aos 33 anos, mas voltou a jogar para sanar dificuldades financeiras que vivia na época. Jogou pelo New York Cosmos até os 36 anos, quando se aposentou definitivamente.

Nos tempos de Pelé, um jogador de 33 anos era considerado velho, tendo passado seu auge físico e já em fase de queda de rendimento. Em 2022, com 35 anos, Lionel Messi jogou sua quinta Copa do Mundo e, como capitão e camisa 10, conduziu a seleção argentina ao tricampeonato mundial e foi alçado ao posto de idolatria máxima em seu país, ao lado de Maradona.

No basquete, o nome de maior relevância da história do esporte é Michael Jordan, com seis títulos de NBA, eleito MVP – Most Valuable Player, o Jogador Mais Valioso – das finais nas seis conquistas. Jordan se despediu das quadras aos 35 anos, com um enorme legado e recordes incontáveis.

Apenas um jogador foi capaz de ameaçar a unanimidade de Jordan como maior da história: LeBron James. Após 20 anos de protagonismo na liga, quatro títulos e quatro MVPs das finais, LeBron fincou de vez seu nome no panteão dos imortais ao quebrar um dos recordes considerados mais intocáveis da NBA: aos 38 anos, se tornou o maior pontuador da história, ultrapassando os 38.387, marca estabelecida por Kareem Abdul-Jabbar.

No tênis, Novak Djokovic conquistou o 23º Grand Slam de sua carreira aos 36 anos, 16 anos após os primeiros, conquistado com 20. É o atual nº1 do mundo no esporte e maior vencedor de Grand Slams da história. A título de comparação, Guga, maior nome brasileiro da história do tênis, se aposentou aos 31.

Aos 51 anos e com impressionantes onze títulos mundiais de surfe, Kelly Slater quer mais. Vai buscar a vaga nas Olimpíadas de Paris em 2024 e terminar a carreira com um último grande ato. “Se eu for para os Jogos, vou me aposentar neles”, disse.

Tom Hardy, Formiga, Lewis Hamilton, Kazu Miura, Valentino Rossi. Modalidades, trajetórias e conquistas diferentes, mas uma mesma lição e exemplo para a vida: não existe limite. Todos esses atletas superaram opiniões, estatísticas, lesões, e adversidades em nome da sede por algo a mais, pelo extraordinário, ou por apenas mais um jogo. E esse é o legado mais valioso.

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