“Salvador tem todo o potencial para acelerar inovação e fazer uma transformação digital de 40 anos nos próximos 4”, conclui o artigo de Ricardo Meireles, fundador do Empreendabilidade, publicado no Startups.com.br.
Para o pesquisador, que aponta que a jornada de inovação de cidades passa por 5 fases, Salvador está na terceira etapa da jornada de transformação digital.
A cidade possui uma estrutura institucional consolidada, com órgãos e programas de fomento à inovação, além de uma infraestrutura operacional que inclui iniciativas como o Hub Salvador, o Parque Tecnológico, e o SENAI-CIMATEC. O governo municipal, em parceria com o Sebrae, o governo Estadual e outros atores desempenha um papel importante na construção de um ecossistema de inovação.
Para avançar à próxima etapa, a sugestão do Empreendabilidade é de seguir estratégias já testadas e aprendidas por outras cidades, como Florianópolis. Os próximos passos seriam:
- Realizar eventos transformadores: Criar um evento de referência que conecte Salvador ao ecossistema nacional de inovação, como foi o Startup Weekend para Florianópolis, atraindo players de destaque.
- Ativar espaços e recursos existentes: Ampliar a utilização de hubs e parques tecnológicos, promovendo eventos recorrentes, competições de startups e iniciativas colaborativas, com ampla divulgação midiática para gerar engajamento.
- Fortalecer relações com o mercado: Estabelecer parcerias estratégicas com aceleradoras, fundos de investimento e empresas consolidadas, desenvolvendo soluções direcionadas para setores chave.
- Elevar relevância nos rankings: Melhorar indicadores de inovação e promover casos de sucesso locais para aumentar a visibilidade da cidade como um polo tecnológico.
- Descentralizar a educação digital: Investir em formação de empreendedores locais, incentivando o desenvolvimento de startups, ensino de habilidades como programação e growth, e soluções práticas para problemas reais.
Essas ações criariam uma abertura para investimentos e novos negócios, além de colocar Salvador no radar do ecossistema nacional e internacional.
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Contudo, o maior obstáculo é a questão cultural. Implementar uma mentalidade empreendedora e inovadora entre a população é um processo lento, mas essencial para garantir o sucesso sustentável das ações propostas.
No caso de Florianópolis, o cenário era parecido: a economia tradicional e pouco voltada à inovação se transformou em um case para municípios que buscam fomentar o empreendedorismo e a tecnologia.
Segundo Meireles, as fases são:
- Gatilho inicial: A base da mudança foi lançada com a oferta de cursos de tecnologia, formando os primeiros profissionais da área.
- Estruturação institucional: Organizações como ACATE e CERTI passaram a liderar iniciativas de inovação, conectando governo, empresas e sociedade.
- Infraestrutura operacional: Foram criadas estruturas funcionais, como hubs de tecnologia e espaços para eventos, evitando desperdício de recursos.
- Atração do ecossistema: Eventos, incentivos fiscais e parcerias tornaram a cidade convidativa para empreendedores e investidores.
- Consolidação: Finalmente, Florianópolis passou a ser reconhecida nacional e internacionalmente como um polo de startups.
“Florianópolis abriu o caminho. Para outras cidades, agora é seguir o playbook”, finaliza.
Leia o artigo original aqui: https://startups.com.br/artigo/o-caso-florianopolis-um-playbook-para-cidades-acelerarem-a-inovacao/