Pesquisa divulgada nessa sexta-feira (18/11) mostra também que a maioria dos empreendedores (brancos e negros) entendem que o que mais os ajudaria seria um aporte financeiro
O Google Brasil divulgou nesta sexta-feira (18/11) o estudo “#CoisaDePreto: Uma pesquisa sobre a real jornada dos afroempreendedores brasileiros”. O levantamento foi realizado pela Offerwise em parceria com a Box 1824, com o objetivo de analisar e mapear a jornada do afroempreendedorismo no Brasil. A pesquisa foi realizada entre julho e outubro deste ano e ouviu 1.000 pessoas, sendo 500 brancas e 500 negras (somando pretos e pardos que se identificam como afrodescendentes).
De acordo com os dados apurados, 21% dos entrevistados negros comprometeram entre 60% e 90% do faturamento com dívidas. Entre os brancos, 26% alegam ter 10% ou menos da receita do negócio comprometida com dívidas. Apenas 19% dos negros vivem a mesma realidade.
Entre os negócios novos, que começaram há menos de seis meses, a diferença é ainda maior. Enquanto 17% dos negros ainda têm 100% (ou mais) do faturamento comprometidos com dívidas, apenas 9% dos brancos dizem estar na mesma situação.
De acordo com os dados, enquanto os brancos estão mais preocupados em traçar planos de negócios, os negros têm como maior desafio as questões financeiras. Outro estudo publicado hoje pela PEGN, feito pela Agência de Ideias Nhaí, menciona a dificuldade de acesso ao crédito pelo público negro LGBTQIA+.
Entre os entrevistados negros do levantamento do Google, 40% apontam contas a pagar e 28% dizem que conseguir financiamento são os principais desafios do negócio. Entre os brancos, as taxas são de 31% e 21%, respectivamente.
Aporte financeiro, no entanto, é um consenso para 80% dos entrevistados quando o assunto é o que poderia ser feito para alavancar os negócios. A resposta foi a mesma para 84% dos negros e 85% dos brancos. Cursos e formações também têm percepção de importância similar, com 84% de empreendedores brancos e 81% dos negros pesquisados. Ainda foram mencionados programas de aceleração e suporte da comunidade.
Nos dois públicos, a pesquisa identificou que houve crescimento no negócio desde os baques do período mais crítico da pandemia. Para 73% dos empreendedores negros e 74% dos brancos, as empresas vão crescer nos próximos meses – 45% do primeiro grupo chega a apontar um potencial de crescimento significativo.
O marketing digital aumentou em empresas lideradas por empreendedores negros. Cerca de 17% do público passou a fazer, contra 13% dos brancos. Com a pandemia, 28% dos afroempreendedores aumentaram o valor investido em mídia digital, e 31% dos brancos apenas mantiveram.