Ouvi muitos economistas para escrever isso aqui. Ao vivo, entrevistas, artigos e debates em eventos. Há muitas coincidências nas falas.
Pode não parecer, mas acabamos de sair da pandemia da Covid e o cenário que vivemos é em decorrência daquilo tudo que vimos há dois anos.
O que se percebe, no mundo em geral, é que o impacto financeiro não foi medido, a conta chegou para vários países.
Aparentemente, o Brasil acertou em antecipar a baixa de juros e antecipar a inflação. Para quem não lembra, os juros chegaram a 2%. Agora estão em 13,75%.
Havia uma expectativa: de que os juros fossem se reduzindo com o passar do tempo. O teto previsto era de 14%, nada muito mais que isso.
O que aconteceu foi que a projeção de curva de redução se estendeu.
Resta saber se essa esticada vai até meados de 2023 – até agosto/23, dizem alguns – ou durará até o final do ano. Alguns otimistas esperam 11% para o final do ano que vem.
Com a aprovação da PEC de transição no Senado, o furo no teto de gastos passa dos R$ 170 bilhões. O excesso de R$ 100 bi representa cerca de 1,5% do PIB.
Como isso será pago, se não tem almoço grátis?
A aposta é no crescimento da economia, sendo que estamos vindo de um baixo crescimento na última década.
Se não crescer, o resultado será o aumento de impostos. Ou seja, aumento nos custos de quem produz e do povo.
O Senado estabeleceu até 31 de agosto de 2023 o prazo para uma proposta de nova âncora fiscal para o novo governo, o que, de certa forma, dá uma segurada.
Mas, há uma questão em aberto sobre qual é o próximo movimento do governo eleito. Existirá novas frentes para mais gastos, para atender à pauta mais populista?
Aparentemente, estamos esperando ver o que acontece, mas desconfiados. Ora, conhecemos as pessoas ali.
Por esse mesmo motivo, há também uma certa confiança na habilidade do futuro antigo presidente eleito, de organizar interesses.
Seguimos aguardando os próximos passos.