Apenas seis meses depois de anunciar a captação de R$ 6,5 milhões, a Barte decidiu colocar mais gasolina no tanque. A fintech levantou um cheque de R$ 16 milhões em uma rodada classificada como seed, liderada pelos fundos NXTP e Force Over Mass. Os já investidores Global Founders Capital, VentureFriends e Flash Ventures, que entraram no round anterior, também participaram do aporte.
Fundado pelo português Caetano Lacerda e pelo brasileiro Raphael Dyxklay, o negócio começou a operar em 2022 para simplificar os pagamentos entre empresas. A plataforma oferece gestão de fluxo de caixa e acesso a crédito para PMEs, com o objetivo de que os clientes se preocupem menos com o seu caixa e se concentrem no core business. A startup é focada em empresas B2B e segmentos que possuem processos de pagamento complexos e que afetam seu crescimento.
Com o caixa reforçado, a companhia vai escalar as operações e o produto. O novo veículo de crédito será lançado ainda este ano. “O pré-seed do ano passado foi pensado para o início da operação: contratar pessoas, lançar o produto e fazer as validações iniciais. Fizemos tudo isso e entendemos que esse era o momento de ganhar mais robustez e solidez no mercado, aumentando o volume processado e a receita”, diz Caetano, que além de cofundador é CEO da empresa, em entrevista ao Startups.
Para sustentar esse crescimento, a Barte vai aumentar o seu quadro de colaboradores, mas não quer fazer isso de forma desenfreada. Hoje são cerca de 25 funcionários – número que deve chegar a 30 até o fim do ano. “Não vai passar muito disso. Vamos contratar quando e onde for necessário, mas temos foco na produtividade da equipe. Fazer as coisas da forma certa e escalar de forma consciente”, explica o executivo.
Segundo Caetano, a companhia não foi duramente impactada pelo cenário macroeconômico. A fintech surgiu no fim da era de torneiras de dinheiro farto, em um momento em que os investidores já começavam a ficar mais criteriosos e a economia, cheia de incertezas. “Construímos a empresa com esse pensamento. O fundraising é uma consequência da execução. O aporte foi feito de forma muito estruturada, com a diligência necessária. Foi um processo muito natural”, avalia.
Leia também:
- As empresas poderiam manter os profissionais mais…
- O Brasil precisa adotar o "bootstrap" - entenda o que é
- Café com Comprador lança programa de aceleração de…
Planos de crescimento
Desde a rodada pre-seed, a Barte conquistou mais de 2 mil empresas usuários e movimentou mais de R$ 20 milhões pela plataforma. A expectativa é crescer o faturamento em pelo menos 10 vezes até dezembro. Os novos investidores são peça-chave nesse processo, compartilhando suas expertises com os fundadores.
“Os investidores já nos acompanhavam, nos conheciam e queriam fazer parte formal dessa jornada. A NXTP é um fundo estabelecido na América Latina e tem muita presença no Brasil, com 6 unicórnios no portfólio. Já o Force Over Mass é especialista em fintech e, por isso, entende muito o que estamos fazendo e as dores que vamos endereçar. Somado a isso, temos a confiança dos investidores anteriores para montar a solução de crédito, gerir risco da forma certa e escalar a solução de pagamentos”, explica Caetano.
O principal desafio, segundo o empreendedor, está relacionado com o ganho de escala. Ser produtivo e aumentar o volume movimentado na plataforma com um time que não vai crescer exponencialmente. A solução para isso, opina Caetano, é ter foco. “É preciso dedicar o seu tempo para fazer a coisa certa. Vão existir 10 opções, talvez você só consiga escolher 2, mas essas tem que ser as corretas.”
Além disso, a Barte aposta na escuta ativa dos clientes para evoluir os negócios. “Vai ser um desafio manter esse foco intenso em ouvir as necessidades dos clientes para traduzir isso em nosso roadmap, incluindo a forma que o produto está estruturado e os segmentos em que vamos apostar”, acrescenta o CEO.
Em 2023, o foco da fintech está no Brasil. Mas a partir de 2024 a Barte deve começar a estruturar sua expansão na América Latina. Caetano ainda não dá detalhes de quais países vão encabeçar essa expansão, mas adianta que ela será puxada pelos maiores mercados. Então, já podemos chutar México, Chile e Argentina. Aguardemos os próximos episódios.