David Villalva, morador da periferia da Zona Leste de São Paulo, sempre muito curioso e interessado por temas sociais, políticos, corporativos e de empreendedorismo, após trabalhar em uma loja de operadora de telecomunicações, viu a necessidade de abrir seu próprio negócio, com o objetivo de ajudar as pessoas mais “velhas” a mexerem no celular e entenderem melhor o mundo das tecnologias.
No segundo episódio do Empreendabilidade Podcast David conta como surgiu a ideia. “Na época eu trabalhava em uma loja de operadora de telecomunicações e eu atendi uma senhora, de mais de 80 anos, que estava querendo conversar com o filho que morava em Israel. Dona Alda, chegou pedindo ajuda para usar o Skype, em seu celular. Em uma dessas idas a loja, ela ficou muito brava e deu um tapa na mesa e disse: deveria ter uma escola que ensinasse essas tecnologias para gente”.
Fiquei com aquele na cena na cabeça, e assim, em 2013, pensei na criação do Digitalidade, uma plataforma de cursos e serviços tecnológicos para maduros, uma “startup” focada em potencializar as habilidades e experiências adquiridas ao longo da vida pelos 50+ com novas competências em tecnologias, fermentas e negócios digitais.
A partir disso, David percebeu que os clientes 50+ eram grandes consumidores de serviços de telefonia e de tecnologia, mas nem sempre conseguiam mexer e não tinham atendimento personalizado.
David passou a entender que era seu dever e de todos, contribuir para que pessoas maduras e idosas envelhecessem com qualidade de vida, com seus direitos sendo respeitados, sem que sofressem preconceitos, julgamentos, por conta da idade. “Me deparei com uma população gigantesca, cheia de vida, de desejos, sonhos e muitas experiências como bagagem. Uma população que não para de crescer, mas que convide diariamente com estereótipos. Com isso, percebi que o desafio era bem maior, não era simplesmente abrir uma escola que ensinasse sobre tecnologias”.
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“Com muito estudo e apoio de amigos que não me fizeram desistir, que em 2017, eu tirei a ideia do Digitalidade do papel”.
“Quando eu comecei no Digitalidade eu não fui o pioneiro, porque já existiam muitas empresas que tinham o serviço. Mas da maneira que eu propus, eu fui o primeiro. A minha proposta, era principalmente, não só a criação de uma marca forte e uma experiência, e sim, refletir no espelho como esse público se via”.
Após surgir essa vontade de ajudar as pessoas mais velhas a mexerem no celular, por exemplo. David começou a frequentar eventos, ONGs e pesquisar a estudar muito sobre temas relacionados ao envelhecimento e longevidade.
“Antigamente, nas pesquisas, eu via muitos negócios ‘cinzas’, com falta de vida, eu não via vida nas iniciativas. E quando eu comecei a empreender, fiquei pensando: se tem tanta vida do outro lado, porque estou refletindo essa cor cinza, morta, que não vibra. Por isso, o Digitalidade tem essa cor forte, muito viva, marcante, que reflete vida, vibração”, conclui.
Hoje, o Digitalidade conta com cursos de Facebook, Fotografia com o celular, Golpes digitais, Marketing de Influência, entre outros.