“Ninguém quer ter mais impostos, mas precisamos equilibrar as contas”, afirma Campos Neto

Em almoço com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo nesta terça-feira, 15, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, reforçou a importância da questão fiscal para a queda dos juros.

“O governo precisa garantir uma arrecadação ‘muito grande’ (para atingir os compromissos estabelecidos)”, afirma. Para ele, esse é o motivo da descrença do mercado financeiro quanto às contas públicas.

As metas de equilíbrio de contas apresentadas pelo governo no arcabouço fiscal, que aguarda aprovação final da Câmara dos Deputados, visam levar ao superávit na dívida primária do país, o que diz respeito ao balanço de despesas e receitas, sem considerar os gastos com os juros da dívida pública.

As estimativas apresentadas por Campos Neto, com base em dados do Tesouro Nacional e do BC, é que a despesa primária está projetada em 3,3% para 2024, quando a meta do governo é zerar o déficit. Ainda para 2023, a projeção do governo é de um resultado primário negativo, com compromisso de variação entre -0,25% a -0,75% do PIB. Para atingir esse compromisso, é necessário um adicional de receita na casa de R$ 100 bilhões.

No evento, Campos Neto também defendeu que o Banco Central não tem favoritismo por juros altos. Na pandemia, a taxa Selic ficou em 2%. “Os juros são o remédio amargo. Mas para a queda ser longa e estável, é preciso endereçar questão fiscal”, disse.

O executivo também lembrou da importância do BNDES para o desenvolvimento. “O BNDES deve ir aonde mercado não está, mas muito crédito direcionado impacta juros”.

 

Nota do Empreendabilidade: a estratégia de política econômica do Banco Central, conservadora, vem sendo elogiada pelos demais países e por financistas de todo o mundo. Antecipou-se a queda dos juros na pandemia, ampliando o dinheiro disponível no mercado, e a alta começou antes, visando controlar a inflação que vem impactando os negócios globalmente. Agora, enquanto no Brasil iniciou-se os cortes, outras nações ainda estão enfrentando a alta.

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