Agilidade, coesão e efemeridade. Com a internet cada vez mais se consolidando como principal meio de consumo de conteúdo – e, consequentemente, de publicidade –, influenciadores, marcas e público estão entrando em uma espécie de ‘acordo’ e, diante disso, um padrão começa a se estabelecer.
A média global de tempo de uso da internet é de 6 horas e 43 minutos por dia, segundo a Global Digital Overview. O Brasil está no ‘pódio’ dos países com mais tempo de tela, e metade deste tempo corresponde ao mobile. Tamanho impacto na rotina das pessoas com o celular na mão incide em perguntas na linha de como será a produção de conteúdo e publicidade daqui em diante?
“O brasileiro consome produto e serviço. Ainda existe um trabalho forte a ser feito de conscientizar esse consumidor de que conteúdo é um produto. O caminho tomado pelos produtores de conteúdo é monetizar a audiência gerada”. Quem aponta a tendência é João Silva, CEO da Aduela Ventures, em entrevista ao Podcast do Empreendabilidade. A Aduela é a primeira Venture Builder – empresa que constrói um modelo de negócio, geralmente startup, com recursos próprios e buscando disrupção – de comunicação e entretenimento do Brasil.
“Quando a gente olha a análise de audiência de redes sociais, o brasileiro sempre está em primeiro ou segundo lugar. Mas, o foco está em produto ou serviço e esse usuário é influenciado por alguém a comprar alguma coisa. Estamos batalhando para o entendimento de que conteúdo é produto. O que está mudando essa mentalidade é o conteúdo de nicho. Por exemplo, consumidores de cultura japonesa, e-sports… Essas pessoas assinam os canais”, esclarece João.
O argumento tem respaldo em números. A Twitch, principal plataforma de streaming do planeta, cresceu 57% em 2022, em comparação ao ano anterior e arrecadou mais de 1 bilhão de dólares em gastos de usuários com os criadores – os populares ‘subs’, que pagam pela inscrição nos canais dos produtores favoritos e têm direito a conteúdos exclusivos, mensagens e outros benefícios.
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O Brasil, conforme João afirmou, é o segundo país com mais usuários: são cerca de 17 milhões, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá, com 93 milhões de contas ativas. No planeta, são mais de 1.8 bilhão de horas assistidas mensalmente, com milhões de usuários que pagam os subs para os canais que mais consomem.
Novas mídias…, mas e as antigas?
Outro fenômeno bastante atual que é objeto de estudo da Aduela ventures é a convergência de mídias. Em toda a história da comunicação, desde a criação do primeiro meio de comunicação de massa, a sociedade costuma apontar o ostracismo do instrumento anterior. Até pode-se dizer, por exemplo, que o surgimento do streaming sepultou o mercado de locadoras de filmes.
Entretanto, segundo João Silva, o que se observa é mais convergência e interseção entre as plataformas do que, de fato, uma alternância. “A gente não acha que uma mídia vai substituir outra, isso é um equívoco. Quando surgiu o rádio, disseram que cinema ia morrer, quando surgiu a TV, disseram que o rádio ia morrer e quando surgiu os streamings falaram que a TV ia morrer. Só que, na verdade, essas mídias ganham uma nova função. E é esse o ponto: entender, na estratégia, o que se quer alcançar e qual a função de cada uma das mídias”, explica.
“A mensagem chega direto via influenciador e é validade, recebe um ‘selo de aprovação’ de seriedade através da TV e da rádio. Fora que é possível alcançar outros públicos”, finaliza o empreendedor.
Produção de conteúdo, marketing de influência e as tendências desse mercado emergente no mundo foram os principais assuntos do papo entre João Silva e Ricardo Meirelles, no Podcast Empreendabilidade.
Você pode conferir a resenha completa, dividida em duas partes e disponível no YouTube e no Spotify do Empreendabilidade.