Startups latinas captam US$ 252 mi em maio; maior queda ano a ano

As startups latinas captaram apenas US$ 252,5 milhões em investimentos em maio, tornando este o mês com a maior queda ano a ano em 2023 (-81%). Os dados são do mais recente relatório da Sling Hub, plataforma de inteligência de dados sobre o ecossistema de startups da região. Na comparação mensal, as empresas levantaram 42% menos do que em abril, e maio foi o mês com menor volume de captação desde julho de 2020.

“Para quem se esforça em ver o copo meio cheio, os 70 rounds realizados colocam o mês passado como o segundo melhor do ano em número de rodadas. E, mesmo em baixa, o mercado de inovação brasileiro recebeu a maior parte dos investimentos da região, 45% do volume total”, escreve João Ventura, founder e CEO da Sling Hub, na pesquisa da companhia.

O executivo alerta que, embora esse resultado seja positivo, os resultados de maio reforçam o sentimento de estagnação do mercado latino-americano e, especialmente, o brasileiro. “No Brasil, maio foi o 3º mês seguido em que o volume captado não superou os US$ 120 milhões, e o 5º mês em que os rounds não passaram de 42”, destaca João.

O valor médio dos cheques foi de US$ 5,3 milhões, com o seed sendo o estágio mais comum e o debt o que mais captou. O setor mais aquecido segue sendo o das fintechs. No entanto, elas representaram uma queda acentuada no volume de investimentos: foram US$ 370 milhões em maio de 2022, e apenas US$ 110 milhões em maio de 2023, o que representa uma retração de 70%. Atrás das fintechs, estão as deeptechs e healthtechs, que levantaram US$ 70 milhões e US$ 16 milhões no último mês.

O Brasil foi o país da região que mais recebeu os investimentos, com US$ 115 milhões no período, ante os US$ 560 milhões captados em maio de 2022. Já o México aparece em segundo lugar, com US$ 78 milhões (queda de 61% em relação a maio/22). Na sequência, está o Peru, que não recebeu aportes em maio de 2022, mas que no mesmo mês deste ano registrou US$ 25 milhões em investimentos.

A América Latina contou com 15 transações M&A – o menor número de deals deste tipo desde junho de 2020. Do total, foram 14 aquisições e apenas 1 fusão. A única fusão do mês ocorreu entre as healthtechs brasileiras TEM Saúde e Bella&Materna. Já entre as aquisições, é interessante observar que 12 das 14 do mês tiveram compradores e adquiridas sediados no Brasil.

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